segunda-feira, 16 de junho de 2008

Capítulo 26

Capítulo 26

Depois de algum tempo envolvida no prazer do abraço amado, como quem acorda de um sonho ruim, Morga se estremeceu, lembrou do perigo que corriam. Olhando em volta demonstrando aflição apertou nervosamente a mão de Urando.
- Não temos muito tempo, logo o alarme vai ser acionado, eu consegui detê-lo por enquanto, solicitando confirmação. – ela puxou o rapaz pela mão. – Bernardo já foi enviado, precisamos sair daqui e depois pensar numa maneira de resgatá-lo.
- Não posso abandonar meu amigo...
- Bernardo está vivo e não corre perigo, talvez nem queira ser resgatado. – Disse Morga gaguejando. – Ele foi por vontade própria embora não soubesse de todos os detalhes.
- Está certo! – Urando deu de ombros e olhou para Lin Ping em busca de auxilio.
- Tem algo errado nisso tudo! – Exclamou o professor coçando a cabeça.
- Vocês não devem se envolver mais do que já fizeram! – Disse Morga como quem implora para ser ouvida.
Eles caminharam na direção da porta que repentinamente abriu, dessa vez o susto foi imenso, Vindara estava na caixa de transporte com uma dezena de mulheres bem armadas. Todos se assustaram, nem as mulheres esperavam encontrar Lin Ping e Urando naquele local. Durante alguns segundos ninguém parecia entender o que estava acontecendo.
- Foi uma surpresa e tanto! – Exclamou Vindara encarando Morga. – Foi você que os orientou até aqui?
- Nós viemos por nossa conta. – Se adiantou Urando.
- Acredito que a senhora terá muito prazer em nos explicar muitas coisas. – Lin Ping deu um passo na direção de Vindara. As mulheres sacaram as armas. – Não precisam temer um velho e um menino. – Ele falou com desdém.
- Eu o conheço muito bem! – Vindara acenou para as suas moças abaixarem as armas. – O seu maior pecado é ser intrometido e ao que parece, arrumou um parceiro muito parecido, se fossem pai e filho eu entenderia.
- O que vamos fazer? – Indagou uma das mulheres.
- Por enquanto, eles serão nossos convidados, os acomodem no setor de relaxamento, dentro de poucas horas já teremos uma solução. – Vindara se voltou para uma moça pequena com ar de criança. – Kogira, faça contato com o conselho e convoque uma reunião imediata, assim que todas chegarem, nossos hospedes serão encaminhados para o salão da cobertura. Quanto a você...- Ela abraçou Morga. – Precisamos ter uma longa conversa, fique aqui e não se preocupe, não faremos nenhum mal aos dois.
Vindara pediu com um gesto que Lin Ping e Urando acompanhassem as mulheres. Eles entraram na caixa de transporte com muita desconfiança, mas de nada adiantaria reagir naquele momento. Assim que a porta da caixa fechou, Vindara puxou Morga pela mão e a fez sentar.
- Minha querida, você se precipitou! – Ela começou a andar de um lado para outro. – Nesse momento, não vou ficar reclamando, nem negar que cometi um erro grave ao acreditar que uma coisa assim não fosse possível. Enquanto me aguarda, continue seu trabalho, vou tomar algumas providencias para solucionar o problema e dentro de mais algum tempo, vou lhe contar uma história que poderá mudar sua conduta. Nada tema, vamos encontrar o caminho certo, sei que poderei contar com a sua boa vontade.
Dando um beijo na moça, Vindara entrou na caixa de transporte. A desconfiança no semblante de Morga estava refletida de maneira intensa. Ela olhou em volta deu um longo suspiro, já acreditava que induzira seu amante a fazer a maior loucura de todos os tempos, mas sabia que reclamar e lamentar, de nada adiantaria. Debruçou-se sobre o braço e chorou.